Para comemorar seus 60 anos de carreira literária, o autor mineiro Mario Prata escreveu um divertido e interessante romance sobre as raízes do futebol. Com sua verve picaresca, Prata mistura personagens fictícios e reais em O drible da vaca, lançado pela Record.
Ao romance de Prata, somam-se outros quatro livros interessantes nesta breve seleção do Rascunho, com livros recém-lançados de autores brasileiros, nos gêneros conto, romance e poesia.
O drible da vaca, Mario Prata
O experiente Mario Prata comemora 60 anos de carreira com um romance divertido sobre o mito da origem do esporte mais amado do Brasil: o futebol. Com seu estilo bem-humorado, o autor mineiro vai fundo nos primórdios do esporte, ambientando sua história na Universidade de Cambridge, na Inglaterra de 1859. E, para narrar o livro, utiliza-se de John H. Watson, sim ele mesmo, o fiel escudeiro de Sherlock Holmes, mas que na história de Prata é ainda apenas um professor de Educação Física.
O drible da vaca
Mario Prata
Record
384 págs.
De cada quinhentos uma alma, Ana Paula Maia
Em mais um de seus romances breves e ágeis, Ana Paula Maia, vencedora por duas vezes do Prêmio São Paulo de Literatura, apresenta a história de Edgar Wilson, que tem o estranho trabalho de recolher animais mortos. Ele é responsável por levar as carcaças até um grande depósito onde um triturador dizima os animais. Bronco Gil e o ex-padre Tomás formam com Wilson uma trinca de outsiders que passa a rodar pelas estradas testemunhando o caos da realidade e desafiando poderosos e instituições.
De cada quinhentos uma alma
Ana Paula Maia
Companhia das Letras
112 págs.
Olhos de azeviche: dez escritoras negras brasileiras em vinte contos, Várias autoras
Nesta coletânea de contos, a editora Malê reúne algumas das autoras negras mais representativas do momento, entre elas Eliana Alves Cruz, Elisa Lucinda e Jarid Arraes. O livro, segundo apresentação de Fernanda R. Miranda, “soma grandes forças ao exercício de renovação da literatura brasileira”. Em relação à temática, a autora pontua que há nos contos “textualidades que articulam gênero e raça como lugar de enunciação”, diz.
Olhos de azeviche: dez escritoras negras brasileiras em vinte contos
Aidil Araújo Lima; Eliana Alves Cruz; Elisa Lucinda; Elizandra Souza; Hildália Fernandes; Jarid Arraes; Lilian Rocha; Mari Vieira; Raquel Almeida e Simone Ricco
Malê
120 págs.
Diga que não me conhece, Flavio Cafiero
O fim de um relacionamento e a não aceitação deste fato são o ponto de partida do novo romance de Flavio Cafiero. O escritor carioca, radicado em São Paulo, narra a mudança de vida de Tato após romper com o namorado Fabiano. Ele, Tato, muda de bairro e vai viver num prédio no centro de São Paulo, como forma de superar a desilusão. No novo endereço, faz amizades, mas isso não é o suficiente para que esqueça o passado recente, ainda mais com a nova vida de Fabiano parecendo tão feliz nas redes sociais.
Diga que não me conhece
Flavio Cafiero
Todavia
112 págs.
Toda poesia, Ferreira Gullar
Nesta edição estão reunidos os dez livros de poemas de Ferreira Gullar, publicados ao longo de quase 60 anos — de A luta corporal, de 1954, até Em alguma parte alguma, de 2010 —, tendo como base a edição revista pelo próprio poeta. O livro mostra porque Gullar se transformou em nome incontornável da poesia e da literatura brasileira. No posfácio escrito especialmente para o volume, Antonio Cicero destaca a vasta dimensão da produção do autor de Poema sujo, que inclui “não apenas a beleza, mas a contingência, a precariedade, a banalidade, a feiura, a morte mesma que fazem parte essencial dessa experiência”.
Toda poesia
Ferreira Gullar
Companhia das Letras
536 págs.