No prólogo, um aviso: “É apenas uma história aterradora sobre muitos fins e poucos começos”. Quem guia esse romance ilustrado — publicado originalmente em 2005 e reescrito para esta edição — é o jornalista João, fascinado por uma drag queen de Natal, no Rio Grande do Norte, chamada Madame Xanadu. Na investigação, o rapaz conversa com várias pessoas que conheceram a figura ilustre, em uma narrativa — não linear, fragmentada — que flerta bastante com a melancolia e tem foco nas várias transformações e perdas que uma pessoa pode passar ao longo da vida. Mas não é preciso se preocupar com o peso da dor da personagem, afinal, “uma história triste é sempre bonita quando acontece com outras pessoas”. De acordo com a ilustradora Luiza de Souza, a Ilustralu, “Aureliano inventou essas pessoas meio confusas, meio tristes, meio boas demais, meio tronchas, meio etéreas e que só existem de um jeito bonito nesse universo para serem tão de verdade quanto eu ou você”.