No romance Vazão 10.8 — A última gota de morfina, Diógenes Moura tem a morte de sua única irmã como ponto de partida para criar uma narrativa que, apesar de lidar com a morte, celebra a vida e memórias familiares.
O livro, que começou a ser escrito na manhã de 30 de junho de 2018, nasceu de uma ligação: “Semana passada senti dores nas costas. Fiz uma tomografia, estou com um câncer no pâncreas!”.
A partir daí, entre São Paulo e as constantes viagens para visitar a irmã em Salvador, Moura pôs no papel — com toques oníricos, em uma espécie de prosa poética — a trajetória da pessoa que, dali a seis meses, seria levada pelo câncer.
“Não me interessava escrever uma biografia ou um perfil porque seria pouco, muito pouco para tudo o que ela viveu e tudo o que eu presenciei. Não seria literatura, seria jornalismo”, pondera o autor.
Diógenes Moura nasceu em Recife (PE) e está radicado em São Paulo (SP) desde 1989. O antiacarajé atômico — Dias pandêmicos (2020), O livro dos monólogos — Recuperação para ouvir objetos (2018) e Fulana despedaçou o verbo (2014) são alguns de seus nove livros publicados.