Reconhecida por sua atuação contra a ditadura de Pinochet, a chilena Diamela Eltit acaba de ter o romance Forças especiais publicado no Brasil. Em pré-vende desde 16 de junho, o livro terá lançamento oficial no dia 7 de julho, às 19h, em live em que autora conversa com tradutor da obra, o romancista Julián Fuks. O evento será transmitido pelo canal da livraria Megafauna no YouTube.
Em Forças especiais, o cenário é um conjunto de blocos habitacionais sitiado pelo aparato policial. Uma jovem de um bairro periférico se prostitui numa lan house, em meio a uma vida de desgraças familiares.
“Vou à lan house como mulher para procurar nas telas a minha comida. Todos se comem. Também me comem”, diz a narradora-protagonista do romance. A violência e as marcas que ela deixa no corpo são habituais nos romances de Diamela Eltit.
A autora constrói o romance a partir de todo tipo de materiais de demolição: a brutalidade, os desejos familiares frustrados, as doenças, os assédios da polícia (cuja presença é constante e faz todos os habitantes viverem atemorizados). Também é habitual em sua literatura uma forma do obsceno que vai além de sua acepção sexual e se encarna no horrível, no temível, no que se deve evitar ou esconder.
Diamela Eltit nasceu em Santiago do Chile em 1949. Sob, e contra, a ditadura do general Pinochet, fez parte do prestigioso coletivo artístico CADA. Em 1983 publicou seu romance de estreia, Lumpérica, que inaugurava um mundo literário tão pessoal quanto exigente. Foi professora visitante nas universidades de Columbia, Berkeley, Stanford, John Hopkins, Nova York, Cambridge.
Em 2017, na ocasião de sua vinda à Flip, a Relicário publicou um de seus romances mais celebrados: Jamais o fogo nunca, também com tradução de Julián Fuks. Em 2018, recebeu o reconhecimento literário mais representativo em seu país, o Prêmio Nacional de Literatura.