A negritude, a educação e a música são os temas que compõem o romance de estreia de Nelson Maca, chamado Ani: todos os Felas do mundo. O livro, editado pelo selo independente Blackitude, será lançado oficialmente na próxima sexta-feira (2), às 20h, em live com a participação do ilustrador paulista Alexandre de Maio. Confira aqui o booktrailer do livro.
O romance conta a história do astro pop Ani Brown, nascido e criado dentro de um terreiro de candomblé, no Engenho Velho de Brotas, em Salvador, onde recebeu os fundamentos para sua vida e trajetória artística.
Neto da famosa Ialorixá Mãe Francisca de Oxum, Ani é escolhido ainda criança, diretamente por Xangô, para ser o alabê da casa, ou seja, o sacerdote responsável para tocar os atabaques para os orixás nas cerimônias. E tem como mestre exigente e dedicado o percussionista e alabê Jorjão Bafafé. O romance acompanha a vida de Ani até o momento em que ele se torna um cantor reconhecido nacional e internacionalmente e realiza seu grande sonho de se apresentar no continente africano.
No seu caminho, o garoto vai somando os ensinamentos recebidos no terreiro com os de outros mestres que cruzam sua trajetória, como o trompetista Saul Trumpet, o dançarino Negrizu, o poeta José Carlos Limeira, o pan-africanista cubano Carlos Moore e vários outros personagens — muitos deles inspirados em pessoas reais.
Ani é fã de Fela Kuti, Miles Davis, James Brown, Joãozinho da Gomeia, do Afoxé Badauê… Seu nome, Anikulapo Conceição, já diz muito sobre ele: é uma homenagem ao nigeriano Fela “Anikulapo” Kuti e ao maestro baiano Vivaldo Conceição, em uma junção bem ao gosto local, agradando aos desejos do pai, que era músico, e da mãe, dançarina e fã de Fela. O livro pode ser adquirido pelo Whatsapp (71) 99210-1487 e pelo Instagram @ani_romance.
Autor dos livros Gramática da ira (poesia/2015) e Relatos da Guerra Preta ou Bahia Baixa Estação (conto/2020), Nelson Maca nasceu em Telêmaco Borba (PR), mas vive em Salvador desde 1989. Articulador do Coletivo Blackitude: Vozes Negras da Bahia, produziu vários eventos de negritude, literatura e hip hop, como o Sarau Bem Black e a Balada Literária da Bahia.