As lições de Nabokov
A Fósforo vai reeditar dois importantes volumes da bibliografia de Vladimir Nabokov (1899-1977): Lições de literatura e Lições de literatura russa. As obras abraçam o período em que o escritor passou, como professor convidado, por diversas universidades americanas, entre as décadas de 1940 e 1950. Fora de catálogo há algum tempo no Brasil, as coleções de aulas de Nabokov ganham nova tradução, assinada por Jorio Dauster. O volume Lições de literatura conta com prefácio de John Updike (1932-2009).

Terror portenho
Mariana Enriquez, considerada um dos nomes mais importantes da nova geração de escritores argentinos, terá mais um livro publicado no Brasil. Nossa parte da noite, seu romance mais premiado, sai pela Intrínseca e é um road book sobre a história comovente e aterrorizante de um pai e uma filha que partem de Buenos Aires, de carro, em direção a Foz do Iguaçu. A trama se passa durante os anos de chumbo na Argentina e traz, como de costume na obra da autora, questões sobrenaturais e misteriosas.

Retrato do luto
A colunista do Rascunho Noemi Jaffe lança neste mês Lili, seu novo romance. Partindo da morte da mãe, após anos de uma doença, aparentemente, banal, a história é uma investigação das relações familiares e da experiência do luto. Enquanto tenta vencer a dor, Noemi vai construindo um retrato da mãe, sobrevivente do Holocausto, cuja história nos campos de concentração foi contada em O que os cegos estão sonhando?, publicado há quase dez anos.

Celan por aqui
A Editora 34 anunciou no mês passado que será, no Brasil, a casa de A rosa de ninguém, um dos principais livros do poeta romeno Paul Celan (1920-1970), cuja obra se debruça sobre o Holocausto e reflete a respeito da campanha de difamação antissemita propagada contra o autor. Os poemas que formam o livro são também um espelho da amizade que ele travou com o poeta russo Óssip Mandelstam (1891-1938), a quem o volume é dedicado. 

Obra personalíssima
Emmanuel Carrère recebeu no mês passado o Prêmio Príncipe das Astúrias. Com uma carreira bastante plural — que passa pelo cinema e pela literatura —, a escolha do artista francês foi justificada pelo júri por sua “obra personalíssima, que gera um novo espaço de expressão que apaga as fronteiras entre a realidade e a ficção”. Carrère, que publicou os livros O reino e O adversário, levou para casa 50 mil euros.

Bolaño em versos
O chileno Roberto Bolaño (1953-2003), autor de 2666 e Os detetives selvagens, terá, finalmente, a sua poesia publicada por aqui. A universidade desconhecida, que reúne toda sua produção em versos, será lançada pela Companhia das Letras e deve chegar às livrarias em agosto. Com tradução de Josely Vianna Baptista, o volume tem quase 900 páginas.