Questões afetivas e fantasmas da memória permeiam o novo livro da autora mineira. A novela que dá nome à obra acompanha a árdua trajetória de Lúcia, que se forma em medicina no Rio de Janeiro (RJ) e retorna ao Rio Grande do Norte, de onde saiu. Em Macau, com o diploma em mãos, a protagonista vai lidar com compromissos que tinham ficado para trás e reaver o povo de seu local de origem, em uma trajetória que envolve perdas e sofrimentos — às quais o pessoal do sertão parece estar historicamente submetido. Além desse texto de maior fôlego, que estabelece as bases da trama ao discutir tradição, religião e cultura, a obra se completa com 13 contos. Nas narrativas mais curtas, os personagens e ambientes que circundam Lúcia ganham maior destaque, fazendo com que o livro se feche em um grande — e nem sempre agradável — universo ficcional. Radicada em São Paulo (SP), Lidia Izecson já tinha transitado pelas formas breves com Não somos nós (2014) e participa de diversas antologias.