Construir o inimigo e outros escritos ocasionais, de Umberto Eco (1932-2016), apresenta ao leitor outra faceta do autor de romances como O nome da rosa e O pêndulo de Foucault: a de ensaísta provocativo, que trata de temas como identidade, censura e violência.
A ideia mais forte da obra é a de que todo país precisa de um algoz — e, quando ele não existe, deve ser construído. “Ter um inimigo é importante não somente para definir a nossa identidade, mas também para encontrar o obstáculo em relação ao qual medir nosso sistema de valores e mostrar, no confronto, o nosso próprio valor”, escreve Eco.
Além desse ponto central, o filósofo e semiólogo aborda temas que inspiraram suas primeiras narrativas ficcionais, analisa aspectos do trabalho do teólogo Tomás de Aquino e chega às discussões que envolvem o trabalho do grupo WikiLeaks.
Italiano de Alexandria, Umberto Eco nasceu em 1932 e é um dos pensadores contemporâneos de maior destaque. Além de literatura de ficção, publicou livros como Tratado geral de semiótica, Kant e o ornitorrinco e A definição de arte, entre outros. Morreu em 2016.