O genocídio que deixou 800 mil mortos em Ruanda está no centro do romance Murambi, o livro das ossadas, de Boubacar Boris Diop. Em pré-venda pela Carambaia, é a primeira obra do senegalês traduzida no Brasil.
Quatro anos após o massacre dos tútsis, Boris Diop visitou o país africano para reunir informações sobre um dos acontecimentos mais brutais do século 20 — promovido pelos hútus.
Nos cem dias de terror, protagonizados por uma das etnias mais numerosas de Ruanda, pessoas de todas as idades foram mortas e sofreram diversos tipo de maldade. Entre outras atrocidades, foram contaminadas propositalmente com o vírus da Aids.
Para a norte-americana Toni Morrison, vencedora do Nobel de Literatura de 1993, a narrativa de Boubacar “é um milagre” e confirma sua “convicção de que só a arte pode lidar com as consequências da destruição humana e traduzi-las em significado”.
Em Murambi, o livro das ossadas, o professor de história Cornelius Uvimana volta ao seu país de origem, onde o massacre ocorreu, para descobrir por que sua família inteira foi assassinada — menos seu pai, um médico considerado e membro da etnia hútu.
Boubacar Boris Diop nasceu em Dakar, no Senegal, e publicou seu primeiro romance em 1981. No ano 2000, lançou Murambi, o livro das ossadas e recebeu o Grande Prêmio Literário da África Negra pelo conjunto da obra.