O cearense Stênio Gardel estreia no romance com A palavra que resta, lançado pela Companhia das Letras. Na trama, um homem de 71 anos aprende a ler e escrever para se reaver com o próprio passado.
Apesar de se ver livre das opressões do sertão há muito tempo, Raimundo ainda carrega uma dívida: ler a carta que Cícero, seu amor impossível do passado, enviou-lhe há mais de 50 anos.
Nessa trajetória de alfabetização, o protagonista revive conflitos familiares e a dor de ter precisado ocultar sua sexualidade por muito tempo. Mas lembra, também, as várias vezes que ressignificou a própria existência ao fugir de casa.
“A magnitude deste romance está, primeiro, na invenção de um enredo poderoso sobre a dor da exclusão — a exclusão da miséria, do analfabetismo, da solidão, do preconceito”, diz Socorro Acioli.
Cearense de Limoeiro do Norte, Stênio Gardel nasceu em 1980 e é especialista em Escrita Literária. Seu primeiro livro, A palavra que resta, nasceu durante sua participação nos Ateliês de Narrativa de Socorro Acioli.