Usuária ativa do Twitter aos 91 anos, a mexicana Margo Glantz analisa a fragmentação e o caos dos discursos virtuais no livro E por olhar tudo, nada vida, terceiro volume da coleção Nos.Otras, da Relicário.
A partir de apenas uma pergunta, em uma narrativa que se estende por somente um longo parágrafo, a autora constrói uma espécie de mosaico tragicômico — reflexo da árdua tarefa dos indivíduos que desejam se estabelecer no mundo contemporâneo.
“Ao ler as notícias, como decidir o que é mais importante? Que no dia 31 de janeiro de 2018 aparecesse no céu uma enorme Lua azul, ensanguentada; que ao conhecer Felice, sua futura noiva, Kafka escrevesse em seu Diário: Um rosto vazio que levava abertamente seu vazio; (..)”, escreve Margo na abertura da obra.
Nascida na Cidade do México, em 1930, Margo Glantz é figura central da intelectualidade de seu país. Entre ensaios e ficções, publicou mais de 25 livros. Foi professora visitante em universidades como Harvard, Princeton e Yale e possui cinco doutorados honoris causa.