A invasão do Capitólio dos Estados Unidos, protagonizada pelos manifestantes pró-Trump em 6 de janeiro deste ano, não foi uma surpresa para Chuck Palahniuk. No romance Adjustment day (2018), ainda sem tradução no Brasil, o escritor norte-americano já tinha descrito uma situação semelhante.
Na obra ficcional, Palahniuk imagina uma guerra civil que divide o país entre brancos, negros e homossexuais, e tomar o prédio que reúne o congresso estadunidense não seria tarefa difícil — “Alterar a história da humanidade não requeria uma hora”.
Fora do plano da ficção, no começo de 2021, manifestantes insatisfeitos com a vitória de Joe Biden em cima de Donald Trump pela presidência dos Estados Unidos invadiram o centro legislativo do país, gerando mortes e prisões.
Em entrevista ao jornal espanhol El País, republicada na versão nacional do periódico, o autor de Clube da luta (1999) afirmou que o acontecimento representa a progressão natural das coisas. “Quando alguém não consegue se comunicar, expressa sua frustração de forma física”, diz.
Em 2019, outro autor polêmico esteve em manchetes de grandes veículos ao imaginar cenários caóticos que se repetiriam na realidade. No romance Serotonina, Michel Houellebecq descreve protestos semelhantes aos promovidos pelo movimento dos coletes amarelos na França — surgido a partir de manifestações contra o preço do combustível no país.