(03/11/20)
Publicado originalmente em 1882, O alienista, de Machado de Assis, ganha uma nova edição pela Cobogó, com ilustrações da artista Rivane Neuenschwander e prefácio dos sociólogos Elton Corbanezi e Laymert Garcia dos Santos.
Clássico da literatura brasileira, O alienista trafega entre o conto e a novela. O médico Simão Bacamarte passa a se interessar pela psiquiatria, iniciando um estudo sobre a loucura em Itaguaí, a infame Casa Verde, “bastilha da razão humana”. Após internar compulsoriamente quase todos os cidadãos da pacata cidade, o médico decide, por fim, liberá-los e ele mesmo se internar no local. O que se segue é uma história surpreendente e atual em seu debate sobre desvios e normalidade, loucura e razão.
As obras da artista Rivane Neuenschwander apresentadas no livro foram inspiradas no texto de Machado de Assis e inserem as personagens da trama no contexto atual, criando uma “ficção dentro da ficção”.
Rivane Neuenschwander nasceu em Belo Horizonte e vive e trabalha em São Paulo. Formou-se pela Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais e pelo Royal College of Art, em Londres.
A artista aborda temas como memória, desejo, sexualidade, política e violência em trabalhos que convocam a participação do outro, seja no desenvolvimento, seja na formalização de ideias. Participou de importantes exposições coletivas, como a Bienal de Veneza (2003, 2005), a Bienal de São Paulo (1998, 2006, 2008) e a Bienal de Istambul (1997, 2011). Teve também exposições individuais montadas em museus da Colômbia, Brasil e Estados Unidos.
Machado de Assis foi jornalista, contista, cronista, romancista, poeta e teatrólogo. Publicou seu primeiro livro de poemas, Crisálidas, em 1864, e o primeiro romance, Ressurreição, em 1872. Em 1881, publicou em livro Memórias póstumas de Brás Cubas, inaugurando assim a sua fase realista, a qual inclui algumas de suas obras mais conhecidas: Quincas Borba, Dom Casmurro e Esaú e Jacó. Em 1882, publicou a coletânea de contos Papéis avulsos, na qual se encontra O alienista.