(03/11/20)
O poderio da Amazon tem provocado reações em diversos segmentos da cadeia do livro em vários pontos do planeta. Na França, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, lançou uma campanha de boicote à gigante americana, que nos últimos anos tem tomado mercado de pequenas e médias livrarias. Até as grandes redes têm sentido o impacto da Amazon no comércio de livros.
“Digo claramente aos parisienses, não comprem na Amazon. É a morte das nossas livrarias e do nosso comércio local”, disse Hidalgo na segunda-feira (2) à imprensa francesa. O país decretou novo lockdown na sexta-feira passada (30), o que afetará ainda mais os comerciantes que tentavam se recuperar do primeiro fechamento, no começo do ano, devido ao aumento de casos do novo coronavírus.
Nos Estados Unidos, um pequeno grupo de livrarias também lançou uma cruzada contra a empresa comandada por Jeff Bezos. A plataforma Bookshop.org, lançada nos EUA no início deste ano, foi idealizada pelo escritor e cofundador da Literary Hub, Andy Hunter, e permite que as livrarias independentes criem sua própria “fachada” virtual no site, com as lojas recebendo a margem de lucro total — 30% do preço de capa — de cada venda. Mais de 900 lojas já se inscreveram nos EUA.
No Brasil, a Associação Nacional de Livrarias (ANL) lança, nesta terça-feira (3), uma nova campanha de apoio ao livreiro e à leitura no país. A ideia é engajar o público para levá-lo às livrarias, unindo editores, distribuidores e livreiros em torno de um ideal comum.