(03/11/20)
O romance Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres, publicado em 1969 por Clarice Lispector, acaba de ganhar uma adaptação cinematográfica dirigida pela cineasta Marcela Lordy. O filme é um dos destaques da 44ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que segue até amanhã (4) e neste ano migrou para o ambiente online por conta da pandemia do novo coronavírus. O longa deve chegar às salas de cinema no segundo semestre de 2021.
Ambientado no Rio de Janeiro, Uma aprendizagem ou O livro dos prazeres conta a história de amor de Lóri e Ulisses. Lóri é uma moça rica de Campos, principal cidade do norte fluminense, que optou por morar no Rio, onde trabalha como professora primária e pode desfrutar de uma liberdade impossível em sua cidade natal. Ulisses é um professor de Filosofia, que conhece Lóri na rua e aos poucos vai conduzindo-a na aprendizagem do prazer.
Essa é a famosa narrativa de Clarice que começa com uma vírgula, como se fosse a continuação de algo já iniciado, e termina com dois pontos, indicando que a estória prossegue, embora não apareça no livro. Como em todas as obras da autora, o romance mostra um ponto de vista feminino a respeito da vida. No filme de Marcela Lordy, Lóri é protagonizada por Simone Spoladore.
Em 2020, é comemorado os 100 anos de nascimento de Clarice Lispector. Uma série de eventos, como lançamento de livro, debates e lives têm sido promovidos para lembrar a data.
Clarice Lispector nasceu em Tchetchelnik, na Ucrânia, em 10 de dezembro de 1920. Com pai e mãe de origem judaica, veio para o Brasil ainda criança. Viveu em Maceió e Recife, mudando-se, aos 12 anos, para o Rio de Janeiro, onde se formou em Direito pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), trabalhou como jornalista e iniciou sua carreira literária.
Em 1943, publicou o primeiro livro, Perto do coração selvagem. Sua principal obra, o romance A paixão segundo G. H., foi publicada em 1964 e alçou Clarice ao primeiro time da literatura brasileira. Escreveu ainda outros livros emblemáticos, como Laços de família e A hora da estrela, também adaptado para o cinema nos anos 80 por Suzana Amaral.