Cartas #abril_15

A opinião, comentários e sugestões dos nossos fiéis leitores
Arte da capa: Ramon Muniz
30/04/2015

Gurgel preguiçoso
Sonolenta e preguiçosa (Mais um naturalista, Rascunho #178) a crítica de tom — diga-se de passagem — nada sutil do Rodrigo Gurgel. Concluir que o homem que perde ou, segundo Rodrigo, “um povo treinado no apadrinhamento de coronéis e nas benesses governamentais”, é um homem que não lutou é um sofisma imperdoável. Segundo sua lógica, existem apenas dois lados, o do homem que vence porque lutou “com suas próprias forças” e com isso, naturalmente, venceu; e o homem derrotado, que, vítima passiva de suas agruras, foi derrotado. Machado foi alvo de críticas por parte de Lima Barreto que, se não as fez do lugar do erudito, certamente as lançou de um lugar legítimo que pertencia a ele próprio. Que superações maiores se pode encontrar em quesito de ascensão social do que o do personagem de João Romão, de O cortiço, um verdadeiro self-made-man da cultura luso-brasileira? A visibilidade do universo material dos vencidos sempre será incômoda para os olhares dos vencedores. Nisso, o autor da crítica demonstra toda a virtude de sua ignorância.
Bruno Barroso • via e-mail

Formato ruim
Ao contrário de algumas mensagens que li na edição de janeiro, eu preferia o antigo formato. Nada contra tablóides, mas nesse caso prefiro o tradicional.
Celso Camilo dos Santos • Assis – SP

Horácio incopetente
A resenha Amor aos animais (Rascunho #178), de Luiz Horácio, é um dos textos críticos mais incompetentes que tenho lido nos últimos anos. Alguém precisa informar a esse senhor que mesmo os juízes de direito devem justificar circunstanciadamente seus vereditos. O texto de Horácio é desfocado, utiliza seu objeto como pretexto para falar de outra coisa. É provinciano, porque atribui grande valor aos poetas que conhece, fazendo de conta que leu os muitos de que nunca deve ter ouvido falar. Cito apenas dois que ele, aparentemente, não teria o instrumental adequado para analisar: Moacir Amâncio e Eustáquio Gorgone. Então os poetas não podem dizer besteiras, mas os pretendentes a críticos podem fazê-lo à vontade? A resenha não informa quase nada sobre a poesia de Umberto Saba, e menos ainda sobre a qualidade da tradução, que com certeza é excelente e tem sua merecida divulgação prejudicada por uma resenha tão inepta. Quanto ao julgamento sumário das dezenas de poetas em atividade no Brasil, é pretensioso demais da parte de quem tropeça tão singelamente na gramática.
Eloésio Paulo • Alfenas – MG

Alma lavada
Por fim, Rascunho publica a bela resenha (A celebração da poesia, #178) de Henrique Marques-Samyn sobre Astrid Cabral. O resenhista mostrou-se plural com muita simplicidade. Rascunho lavou minha alma — aliás, sempre lava… — com as matérias de fevereiro: Marcos Pasche evoca meu saudoso amigo e querido poetíssimo Ivan Junqueira; Rogério Pereira, mesmo não tendo certeza de que o abacate é verde ou não, continua com esse cacoete de escrever bem. Isso sem falar dos demais (e alguns habituais) colaboradores em meio à safra pós-carnavalesca. Adorei tudo.
Helena Ferreira • Rio de Janeiro – RJ

Apoio
Admiro muito o trabalho de vocês.
Igor Feitosa • Via Facebook

Rascunho

Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000. Nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo, é distribuído em edições mensais para todo o Brasil e exterior. Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs.

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