Heloisa Seixa se dedica à literatura há 25 anos, desde que estreou com o livro de contos Pente de Vênus: Histórias do amor assombrado (1995). Mais recentemente, após duas incursões seguidas pela narrativa de fôlego, com o “quase romance” O oitavo selo (2014) e Agora e na hora (2017), a autora retorna às formas breves em A noite dos olhos. Fiel às experimentações formais, a obra reúne 16 textos mais longos e duas seções de microcontos, em um trabalho de concisão que ela praticou por anos em uma coluna no Jornal do Brasil. Diferentes vozes e cenários são utilizados para contar histórias tão cotidianas quanto inesperadas, explorando o estranhamento e as surpresas que podem surgir do banal. Para abrir a nova coletânea, Dilema no escuro mostra uma mulher trancada em um banheiro, com a luz apagada, segurando um celular — “pequeno instrumento do demônio” — e lutando com a possibilidade de o aparelho colocar em xeque todas suas crenças com relação ao marido.