Inicialmente homem urbano, o narrador de A vulnerabilidade como procedimento se afasta do convívio social para se dedicar à apicultura. Essa manobra talvez aponte um dos caminhos da novela, que preza pela introspecção e questões viscerais, sempre pelo prisma do humor negro. Não à toa, é com o adjetivo “visceral” que o poeta Paulo Henriques Britto define este livro que joga com a linguagem comum para criar sentenças inusitadas, misturando o sublime e o escatológico.