“a cabeça não serve pra nada!”, “fico com o cu e o pau” — já no conto de abertura, as afirmações sintomáticas do desmantelado cão mentecapto podem nortear as outras 15 narrativas deste que é o terceiro livro de Otavio Linhares, no qual vozes jovens expõem seus traumas e frustrações, em situações de violência e excitação, mesmo que ainda lembrem de como é bom comer Fandangos sabor presunto com Coca-Cola. É com agilidade e economia que o autor constrói esse universo, cultivando o estilo de suas obras anteriores — O esculpidor de nuvens (2015) e Pancrácio (2013).