🔓 Literatura, política e tradução em debate no Itaú Cultural

A tradução da obra de Luiz Ruffato é um dos temas
02/11/2016
A tradução da obra de Luiz Ruffato é um dos temas
A tradução da obra de Luiz Ruffato é um dos temas do Conexões Itaú Cultural

A literatura está na pauta do Itaú Cultural, de 9 a 11 de novembro (quarta-feira a sexta-feira), com as mesas do Conexões Itaú Cultural, sempre às 16h, e os debates do Encontros de Interrogação, todos os dias às 18h e às 20h. Na primeira atividade, os temas debatidos por escritores, tradutores e especialistas são os projetos de tradução do livro Grande Sertão: Veredas, os estudos e traduções da obra de Luiz Ruffato e o impacto da história recente do Brasil nas discussões nas salas de aula de cultura e literatura brasileiras, em universidades estrangeiras. Na outra iniciativa, a curadoria do evento, formada pelos escritores Maria José Silveira, Ítalo Moriconi, Eduardo Sterzi e Fernando Paixão, apresenta provocações que tratam das diferentes formas e percepções das relações entre literatura e política.

Encontros de Interrogação
Como o nome sugere, o Encontros de Interrogação procura indagar sobre a momento atual da literatura. Nesta edição, elas giram em torno das diferentes formas e percepções das relações entre literatura e política. A primeira mesa, no dia 9, às 18h, questiona a política do texto hoje entre autoria ou crítica. Ítalo Moriconi, Ricardo Lísias e Paloma Vidal, com mediação de Ieda Magri, falam sobre as transformações da relação entre escrita, função autoral e crítica influenciadas pelo suporte digital e pelo contexto de possibilidade democrática em que emerge uma noção de direito à escrita. A segunda mesa, às 20h, pergunta Como a forma se torna conteúdo político? José Luiz Passos, Fernando Paixão e Beatriz Bracher, com mediação de Josélia Aguiar, atual curadora da Flip, procuram responder.

O dia 10 traz duas mesas, respectivamente com as seguintes perguntas: “quais são as outras línguas da literatura? ” e “o projeto literário implica uma escolha política?” Na primeira, às 18h, a resposta vem de Douglas Diegues, Kaká Werá e Jarid Arraes, com mediação de Sérgio Cohn. No debate, eles falam sobre a experiência da literatura no Brasil além das formas cultas, podendo se constituir também pela interceptação e alteração do idioma oficial por formas e maneiras vindas de outras línguas. Na segunda, às 20h, se juntam Maria José Silveira, Ana Maria Gonçalves, Alberto Mussa. Com mediação de Roberto Taddei eles reflete sobre a postura do escritor frente aos conflitos e transformações em que a sociedade continuamente nos coloca.

Às 18h do dia 11, Sheyla Smanioto, Márcio Souza e Ricardo Aleixo, com mediação de Noemi Jaffe refletem sobre as interações possíveis entre literatura e política. O questionamento parte do princípio de que um autor abraça a política quando escreve de maneira inspirada em certos princípios. Mas há outros fatores em que pensar já que o engajamento e o tema social são apenas uma parte da questão, há também as conexões sutis presentes na própria noção de literatura ou no estilo.

Encerrando o Encontros, no mesmo dia às 20h, o tema é a distância e convergências da política das letras e da política das imagens. Élida Tessler, Carlito Azevedo e Nuno Ramos, mediados por Eduardo Sterzi, desenvolvem respostas para esta questão.

Conexões Itaú Cultural
O programa inédito e original Conexões Itaú Cultural – Mapeamento da Literatura Brasileira no Exterior, existe há nove anos. Neste período foram realizados eventos anuais no Brasil e encontros nos EUA, Espanha, Itália, França e Alemanha. O mapeamento apresenta um banco de dados online com cerca de 350 mapeados que trabalham com literatura brasileira em 34 países e 164 instituições de pesquisa ou ensino. Para conhecer: www.conexoesitaucultural.org.br.

O encontro Conexões deste ano, no Brasil, é realizado umas horas do início das mesas do Encontros de Interrogação, nos mesmos dias 9 a 11. Abre na quarta-feira, 9, às 16h, reunindo os tradutores Alison Entrekin, Berthold Zilly e Sandra Vasconcellos, com mediação de Felipe Lindoso, debatem o seu ofício: se o tradutor pode ser considerado um leitor privilegiado, o impacto de cada tradução no seu conhecimento literário, e a complexidade de determinadas traduções, como a de Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa.

Luiz Ruffato, um dos escritores brasileiros com mais espaço no cenário internacional, é o tema da mesa seguinte, na quinta-feira, também às 16h. O próprio autor, mais os escritores Michael Kegler e Nelson Vieira, e mediação de Rita Palmeira, falam sobre as traduções de suas obras em vários países, de como ele lida com a agenda em feiras universidades e de que modo isso contribui para a circulação e ensino da literatura brasileira no exterior.

Encerrando o Conexões na sexta-feira, 10, mesmo horário, o tema debatido por Lucia Tennina e Nelson Vieira, com mediação de João Cezar de Castro Rocha são as manifestações de junho de 2013 em todo o Brasil. Elas foram um divisor de águas que traz diversas interpretação e ampliaram a dimensão do político, não apenas no cotidiano brasileiro, mas também nas artes e na literatura. A pergunta diante desta constatação é que impacto gerou nas salas de aulas no exterior.

Mais informações: www.itaucultural.org.br

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