VIII
Com a lembrança do oráculo no olho
o corpo simplificado do homem chora
a ausência do sonho que não chega
é o pavor da dissolução, a imensa esfera branca
voyeuse do mundo brinca com as partículas
da teoria quântica: glúons, grávitons,
férmions e bósons flutuam no espelho
teogônico de Hesíodo, os últimos Deuses
imploram um novo espaço agora simulado
na mesma esfera holográfica de Deus
há sempre um novo ícone out time
como a mosca que cavalga a esfinge apocalíptica
para justificar o crime à natureza,
é tudo aquilo que culmina na efêmera saída,
eu, em órbita, rio com os anjos e escrevo na luz:
somos o risco sobre as esferas
preso à espessa rede onde o amor está.