Em 1963, no Cairo, o suicídio de Enayat al-Zayyat se torna sinônimo de talento tragicamente interrompido. O Amor e o silêncio, seu único romance, publicado após sua morte, definha até ser esquecido. Nas três décadas seguintes, é como se Enayat nunca tivesse existido. No entanto, quando a escritora Iman Mersal se depara com o livro, nos anos 1990, fica imediatamente viciada. Quem foi Enayat? Quais os motivos do seu suicídio? Por que seu livro desapareceu da história literária? Para responder a essas perguntas, Iman Mersal traça a vida de Enayat, entrevista familiares e amigos, rastreia residências, escolas, institutos arqueológicos e sanatórios entre os quais Enayat dividia seus dias. Passando por antidepressivos duvidosos, abuso doméstico e a lei do divórcio, pelas ocupações espalhadas na Cidade dos Mortos e o glamour do cinema egípcio da Era de Ouro, a obra reconstrói a imagem de uma artista mulher que se esforçou para viver em seus próprios termos.