O elogio do marinheiro e da noiva
Quando cantava uma partida próxima
Ou em aflito esperar pelo dia, ou
Como fazem ifigênias iguais em todo porto
Repetindo o balé já sabido por ambos,
Assim ou assado, tanto se lhe dá (ou come),
Principalmente agora, outros rituais, talvez.
Cem por cento, ou cem por uma?
Na seleção dos gestos, roupas e atavios,
Lã do encostar doce-molente em cada corpo,
Corpos lavados, lisos, penteados,
Um pouco de dinheiro novo é bom.
Talvez o grito, o gozo, seja falso hoje,
Talvez não hoje, mas amanhã, quem sabe?
Existe mesmo o toque do sagrado, é certo.
Existe mesmo o toque do sagrado.
Não fora assim, porém, fácil seria o erro,
O mesmo antigo, eterno e sempre branco alvo
Vestido lógico, comum de dois somente:
A Noiva,
O Marinheiro.
…
Chapéu de mescla
Era um chapéu de mescla
Em cima de um console.
Não sei por que me lembrou Dante.
Talvez porque a mescla
Que mesclava o cujo
Me lembrasse a massa estranha
Do Poeta
Meio Deus
Mais que o céu
Muito maior que o Inferno.
Pequeno apenas quando com Beatriz.
Pois que o Amor
Queiram ou não
Diminui a gente.