Falência dos valores

Trilogia "Os sonâmbulos" eleva Hermann Broch ao patamar dos grandes autores do século 20
Ilustração: Robson Vilalba
01/08/2012

Pergunta de costume feita aos intelectuais e homens de letras mundo afora: “Quais os principais autores do século 20?”. Invariavelmente, a resposta conta com os nomes de Marcel Proust, James Joyce e, nos círculos mais intelectualizados, Robert Musil. No Brasil, poucos mencionam Hermann Broch, cuja obra — Os sonâmbulos — só chegou ao país recentemente, com tradução e posfácio de Marcelo Backes. A trilogia sonâmbula foi publicada na primeira metade do século 20, mas poucos tiveram acesso à densidade e à relevância da obra porque, como escreve o pesquisador Donald Wallace na sua dissertação para a Universidade da Califórnia (The death of civilization: ethics and politics in the work of Hermann Broch), o momento do lançamento dos livros de Broch coincidiu com a ascensão do nazismo na Alemanha, prejudicando o acesso e a repercussão que a obra deveria ter. Contudo, como se lerá a seguir, não é exagero a constatação de que os livros de Broch “hão de ficar e dar o testemunho acerca de nossa época”. Em tempo: o comentário é de outro gigante do século 20, o escritor Thomas Mann.

Seria, no entanto, no mínimo injusto para com o leitor e para com a obra destacar sua relevância (apenas) pela estima de seus pares ou mesmo pela leitura que a crítica faz dos livros nos nossos dias. Nesse caso, a injustiça seria explicada porque os romances não necessitam desses argumentos de autoridade. Em outras palavras, a sua relevância se torna válida per se, haja vista que o texto de Broch possui todo um repertório rico em referências estético-filosóficas que extravasam o elemento literário. Alcançam, é correto afirmar, o espírito daquela época, com a vantagem de que se trata de um livro composto no exato momento em que aquelas mudanças tomavam curso. Para ser ainda mais preciso, é o autor quem consegue esboçar, anos à frente de demais pensadores, os mecanismos singulares daquela sociedade, que, com efeito, somente o romance pode captar. Que fique claro, não qualquer romance, mas este conjunto que se organiza da seguinte forma: Pasenow ou o romantismo: 1888; Esch ou a anarquia: 1903; e Huguenau ou a objetividade: 1918.

No volume que abre a trilogia, o leitor descobre, logo de antemão, que a história se passa no final do século 19, para além da indicação do título. Sobre esse fim de século, nota-se uma espécie de consenso entre historiadores da cultura e mesmo de certa crítica de arte que insistem em repetir o mantra de que se tratava, de forma absoluta, da Belle Époque, como se o clima de bem-estar de certa produção estética pudesse ser mesmo estendido ao cotidiano de todos os cidadãos do Velho Continente. Em Broch, aprendemos que, pelo contrário, um espectro rondava aquela sociedade. Parafraseando o velho revolucionário, era o espectro do mal-estar de uma idéia de civilização. Pois o que se percebe na voz e nos gestos dos personagens de Broch, a começar por Pasenow, é o desmoronamento de uma ordem estabelecida. De fato, aquela idéia de civilização, representada pelo simbolismo do uniforme, estava em xeque. E Joachim Von Pasenow, personagem principal, é a síntese desse mal-estar, seja com sua hesitação, seja com seu visível desconforto entre duas paixões: aquela do corpo e aquela que representava o status.

Todavia, é simplificar por demais a história do romance, verdadeiro monumento literário do século 20, a síntese de que se trata apenas de uma obra sobre o mal-estar, sobre o desconforto, sobre a desordem do mundo, o tempo fora dos eixos sobre o qual escreveria T. S. Eliot, citando Shakespeare, anos depois. Em verdade, o texto se notabiliza, também, porque é exitoso em identificar os avatares dessa mudança. Hábil como poucos autores do seu tempo, Broch não apenas se utiliza do stream of consciousness, o modo narrativo preferido pelos tarados da crítica literária dos anos subseqüentes — ele também faz isso porque se trata, aparentemente, da única forma possível de dar conta da quantidade de eventos, e de vozes, que efetivamente ocorrem ao mesmo tempo. De um lado, a crítica social, o spleen daquela geração, a débâcle de certa idéia de comportamento cultural, a corrupção dos valores e a ausência de substância do que viria a seguir; de outro, os personagens que, perdidos, começam a se dar conta de que não conseguem perceber o que buscam. Hermann Broch não desenvolve isso em forma de tese, muito embora o texto seja eivado de idéias sobre o lugar e o momento histórico em questão. O grande valor dessa história é a transformação de uma tese em drama — e essa percepção só nos é possível porque a habilidade do autor em narrar aqueles eventos é legitimada pela sua imaginação.

Foi Hayden White, em ensaio célebre, que escreveu acerca das relações entre as narrativas de história e de ficção. Na avaliação do especialista inglês, “há muitas histórias que poderiam se passar por romance, e muitos romances que poderiam se passar por história”. Em Broch, como sugere o já citado Donald Wallace, existe o entendimento da ascensão das massas, ou, em termos mais práticos (porém não menos simbólicos), do surgimento do ovo da serpente. No romance, Broch mostra ao leitor que a conciliação dos interesses do povo, das massas, não seria atendida sem prejuízo para o projeto da modernidade — e, conforme se verá adiante, isso projetará a ascensão de uma liderança com pretensões de assumir esse vácuo de projeto político.

No primeiro dos três livros, o desencanto fica claro nos dilemas enfrentados pelos personagens. Tais expectativas residem precisamente na certeza de que o projeto da modernidade, conforme observa Wallace, teria realização e êxito inexoráveis. Assim, Joachim Von Pasenow, Elisabeth e Ruzena, num triângulo amoroso marcado mais por desencontros de expectativas do que por paixão carnal ardente, são atingidos pelo sentimento de incompletude em virtude da ansiedade e do temor da não-realização de seus desejos. Sim, eles entendem que os enlaces não replicam o ideal dos romances românticos; ainda assim, são envolvidos por uma angústia sem igual, de modo que não conseguem escapar do sentimento de insatisfação. A propósito, não é por acaso que um dos principais antagonistas de Pasenow no romance, o burguês (e algo niilista) Bertrand, destaca que as pessoas daquela geração são marcadas pela inércia do sentimento. O trecho a seguir, na voz de Bertrand, é ilustrativo a esse respeito:

— Aceitamos tranqüilamente que duas pessoas, as duas provavelmente honestas, pois com alguém que não o fosse seu irmão não teria duelado, se coloquem frente a frente certa manhã e atirem uma na outra. A que convenção sentimental os dois precisam estar presos e o quanto nós estamos presos à mesma convenção sentimental para poder suportar algo assim! O sentimento é lerdo e por isso tão incompreensivelmente cruel. O mundo está dominado pela inércia do sentimento.

O anarquismo no tempo de Esch
No livro A arte do romance, o escritor Milan Kundera propõe uma explicação de como funciona a ficção de Hermann Broch. Na opinião do autor de A insustentável leveza do ser, a trilogia sonâmbula merece destaque porque, diferentemente dos tomos de Marcel Proust ou de Thomas Mann, “não é a quantidade da ação ou da biografia que, em Broch, fundamenta a unidade do conjunto”. E prossegue Kundera: “é outra coisa, menos visível, menos tangível, secreta: a continuidade do mesmo tema (o homem confrontado com o processo de degradação dos valores)”.

Essa mudança de direção é aprofundada no romance Esch ou a anarquia. Com efeito, ainda que Bertrand, espécie de antagonista de Pasenow no primeiro romance, desempenhe um papel relevante nesta seqüência, a história se consolida graças à personalidade e ao caráter de Esch, sem a necessidade de retomada da trama anterior. A propósito, sempre de acordo com Kundera, a história de cada romance é tão independente que existe o lapso de 15 anos entre uma narrativa e outra.

O que não muda, para além do tema, é a densidade do romance, colocada em prática com o exercício de uma prosa com um estilo consistente e definido. Broch não faz concessões e seu narrador, que alguns podem, atualmente, considerar afetado e verborrágico, aposta em longas descrições e na reflexão associada ao perfil de seus personagens. Não há minimalismos e, pouco a pouco, conhecemos os dilemas de Esch, sua regularidade em sucumbir às tentações, sua fraqueza ao não enfrentar, como adulto, o cotidiano do trabalho. À frente de seu tempo, Broch faz de Esch o homem contemporâneo que luta para organizar o caos à sua frente, estabelecendo projetos que, na sua origem, são inalcançáveis — e no caso de Esch isso pode ser demonstrado pela tentativa de fuga de seus compromissos e pela dificuldade em ser assertivo para com o “mundo prático” à sua volta. No afã de se libertar de qualquer sentimento de culpa e de fracasso, Esch termina por estabelecer, para si mesmo, uma espécie de interpretação dos eventos do mundo que não compreende — e que, sabemos, com base na definição de Kundera, está em franca transformação pela degradação de valores. Assim, Esch se identifica com a premissa de que é necessário sofrer para alcançar a redenção. E a dissertação do narrador a respeito não poderia deixar isso mais claro, a propósito das considerações de Esch sobre um casal que se envolve sexualmente:

Quem, assim como Esch, ainda se encontra na vida diária e terrena, ou apenas se elevou bem pouco acima dela, esquece com facilidade que há um reino da redenção, cuja existência leva todo tipo de coisas terrenas ao incerto, sim, que de uma hora para outra pode se tornar questionável o fato de se caminhar com os pés, quanto mais o de duas pessoas dormirem juntas.

O segundo romance, diferentemente do primeiro, assume um caráter de análise mais substancial. Em outras palavras, em alguns momentos, o romance de idéias ganha força na voz do narrador, que, em paralelo à seqüência de eventos, retoma análises mais e mais elaboradas a propósito do papel do indivíduo naquele contexto. É nesse segundo volume que a tese do sonambulismo é efetivamente enunciada como resultado natural daquele estado de coisas.

Para tanto, o narrador de Hermann Broch lança mão das alegorias filosóficas a fim de anunciar o significado do sonambulismo, que, a título de síntese, pode ser traduzida como a alma incomodada pela nostalgia ao mesmo tempo em que está dominada e paralisada. Tão importante quanto a definição é a maneira como o autor intercala esses trechos de longa e densa reflexão com a narrativa. A disposição não é aleatória; antes, nota-se uma espécie de concordância entre si, de maneira que o leitor aprende como é que Esch alcançou tal conclusão. O narrador, embora distante, também está próximo, uma vez que elabora e revela a reflexão num texto que se aproxima ao gênero ensaio.

É com base nessa pensata, digamos assim, que Esch conclui que a saída para a desordem do mundo, de um modo geral, e para a sua condição inquieta, de maneira particular, é a busca pela libertação dos prazeres mundanos. É por isso que ele, aos poucos, abandona o envolvimento carnal descompromissado e busca uma vida infensa a esses e outros desejos passionais. E como que para arrematar essa nova situação, ele denuncia o que enxerga no outro um crime de caráter indesculpável: Bertrand, representante de uma burguesia para quem os valores já não fazem mais sentido, é denunciado por Esch por sua conduta fora dos padrões. O protagonista de Hermann Broch não vê nessa denúncia um problema, mas a possível saída para a redenção.

Em seu ensaio, Donald Wallace assinala que Hermann Broch questionava até que ponto a razão e a ciência, quando separadas da metafísica, poderiam completar o desafio de construir valores sociais no mundo moderno. No segundo romance da trilogia, essa decalagem entre a expectativa de Esch e o desencanto do mundo moderno pode ser notada não apenas nos encontros e desencontros do personagem com seus objetivos, como também na maneira a partir da qual ele resolveu seus desafios: a princípio, a fuga (em inúmeras passagens do texto, ele insiste no desejo de viajar para os Estados Unidos, um Eldorado para a realização de seus sonhos), e, no fim, a válvula de escape para a sua culpa: a vida domesticada com uma mulher que não poderia sequer mais lhe dar filhos.

A objetividade de Hugueneau
No posfácio que acompanha o terceiro livro (os dois anteriores também contam com esses textos de suporte), o tradutor e escritor Marcelo Backes apresenta uma indicação preciosa para o entendimento da terceira parte dessa trilogia, Huguenau ou a objetividade. Pois, de acordo com Backes, o personagem que dá título ao romance de Broch é não só um dos mais vis da literatura ocidental como aquele que melhor representa o alcance do individualismo de sua época. Dito de outra maneira, Huguenau age não adotando qualquer outro interesse que não seja a realização de seus próprios objetivos. Aqui, seu ethos se confunde com a ocupação que ele acaba por encontrar para si: desertor do exército, é na carreira comercial, como um publisher do jornal cujo redator é Esch, Huguenau exerce ao longo das quase 500 páginas do romance a intenção deliberada de não atentar aos escrúpulos na hora de atingir os seus objetivos. Na percepção de Marcelo Backes, o que está em jogo nesse último romance dos Sonâmbulos é a formação e a crítica do homem pós-moderno.

O romance, no entanto, é certamente o mais complexo dos três, ainda que Hermann Broch tenha feito, aqui, uma divisão em tese mais clara das partes que compõem o todo. Assim, conforme observou Milan Kundera no já outrora mencionado A arte do romance, esse é um texto composto por cinco elementos: a narrativa romanesca, a novela intimista sobre Hanna Wendling, a reportagem sobre um hospital militar, a narrativa poética sobre uma moça no Exército da Salvação e o ensaio filosófico sobre a degradação dos valores. Assim, o romance está estruturado nessa multiplicidade de vozes e de gêneros. Essa tempestade, que, para um autor menos experiente poderia redundar em caos, em Broch é uma orquestra que executa uma sinfonia; cada parte representando um naipe, com direito a solos e trechos mais rebuscados. Em diversas passagens, o estilo do autor exige concentração especial por parte do seu público, do leitor, porque não se trata mais de filosofia em forma de romance, mas do próprio ensaio de idéias que serve de refrão para os demais segmentos da narrativa. O propósito não poderia ser outro a não ser a defesa de como essa degradação dos valores é fonte de todas as crises da modernidade. Muito antes, portanto, dos teoremas escolásticos da pós-modernidade declararem a falência do projeto iluminista, Broch, que se apresenta com um texto fundamentado na estética moderna, já determina onde é que está a origem da crise, como se lê no trecho a seguir:

Aquela época criminosa e rebelde que é chamada de Renascimento, aquela época que cindiu a estrutura de valores cristã em uma metade católica e outra metade protestante, aquela época em que, com o desmoronamento do órganon medieval, principiou o processo de dissolução dos valores que duraria quinhentos anos e no qual se deitou a semente da modernidade, época de semeadura e ao mesmo tempo da primeira floração, essa época não pode ser esboçada de maneira clara nem por seu protestantismo, nem por seu individualismo, nem ainda por seu nacionalismo ou por sua sensualidade, tampouco por meio de sua renovação humanística e científica: essa época, cujo estilo se apresentava de modo tão visível como unidade e era percebido como um todo, se ela possuiu um espírito de época e um portador de estilo adequado a essa unidade, então não pode ser situado ao bel-prazer em um dos múltiplos fenômenos, mesmo que se trate de um fenômeno de potência tão profunda e revolucionária como o protestantismo […].

Ao mapear e apresentar os elementos visíveis da degradação de valores notáveis, inicialmente, a partir do estilo arquitetônico, e que se tornam visíveis graças à deterioração da própria idéia de valores culturais da Idade Média para o Renascimento, Hermann Broch é hábil em articular de que forma essa decadência afeta as relações humanas, tomando novamente como gancho as atitudes de Huguenau. Diferentemente dos outros dois protagonistas dos romances anteriores (que, não por acaso, aparecem nesse terceiro livro), Huguenau não sente remorso ou sequer se sente mal por ter mentido em benefício próprio. Se Pasenow agia pela inércia de sentimento, e se é verdade que Esch buscava, ao fim e ao cabo, uma espécie de redenção em suas atitudes (ainda que contraditórias), Huguenau, ao que parece demasiadamente humano, só concebe agir conforme uma lógica objetiva de buscar o que é melhor para si, desde o prazer sexual até a vantagem competitiva na hora de fechar negócio — e aqui talvez esteja uma relação bem articulada: dada a natureza de seu caráter, somente no ramo do comércio é que ele poderia se sair bem. E é pelo mesmo motivo que Huguenau despreza a religiosidade de Esch e finge se importar com a honra militar do major Pasenow (à sua maneira, Donald Wallace escreve sobre isso quando assinala a crítica de Broch ao liberalismo).

Sim, no livro final, os dois personagens dos romances anteriores reaparecem. Todavia, a força do protagonismo de ambos é ofuscada, não só porque se trata de uma outra época, a da objetividade, mas porque suas atitudes são esvaziadas pelas ações de um personagem ressentido. Hugueneau é a prova de que a razão, levada ao extremo, pode, sim, resultar na banalidade do mal, isto é, no surgimento de autômatos que enxergam nas suas escolhas nada para além de si mesmos. A pátria, o amor, a ética e mesmo a filosofia já não fazem mais sentido, uma vez que foram seqüestrados por um projeto, digamos, positivista por e uma percepção evolucionista do sentido da história. E não é de se espantar, aqui, que essa visão de mundo dê vazão ao aparecimento de uma liderança que mescla o carisma espiritual com certa visão objetiva da política:

Se houvesse um homem no qual todos os acontecimentos dessa época fossem representados de modo claro, cujas próprias ações lógicas fossem acontecimentos desta época, então, sim, também essa época não seria mais demente. É bem provável que seja por isso que ansiamos pelo guia, pelo “líder”, a fim de que ele nos conceda motivação para um acontecimento que sem ele podemos chamar apenas de demente.

Em um momento em que a própria idéia de romance como narrativa parece estar estressada — ou, como querem alguns, esgotada —, a leitura da trilogia de Hermann Broch é para lá de alentadora. Trata-se, afinal, de um romance complexo, mas cujo prazer reside exatamente na dificuldade em apreender os temas filosóficos que perpassam seus livros. Esse aparente paradoxo se resolve tão logo o leitor descobre as estratégias do autor, que mescla filosofia e romance na trilogia sonâmbula. Não é por acaso, afinal de contas, que se trata de um dos gigantes literários do século 20, ainda que os homens de letras, aqui e ali, não o reconheçam como tal sob o argumento agora inválido do desconhecimento de seus livros. O que é importante ressaltar é que Hermann Broch faz da trilogia não apenas um tour de force, um exercício de estilo, mas uma obra que serve de painel atemporal sobre a relação entre filosofia, política, estética e cultura — postulados fundamentais para a idéia de Ocidente.

Os sonâmbulos
(três volumes)
Hermann Broch
Trad.: Marcelo Backes
Benvirá
1.096 págs.
Hermann Broch
Nascido em Viena, em 1886, Hermann Broch iniciou seus estudos na então capital do Império Austro-Húngaro e na Alemanha, especializando-se no ramo industrial. Judeu, converteu-se ao catolicismo em 1909 e, durante a Primeira Guerra Mundial, dirigiu um hospital de guarnição. Em 1927, vendeu a fábrica e iniciou os estudos em matemática, filosofia e física na Universidade de Viena. Foi a partir dessa mudança que o mundo começou a assistir ao surgimento de um dos grandes autores do século 20. Começou a publicar Os sonâmbulos aos 45 anos. Hermann Broch morreu em New Haven, nos Estados Unidos, em 1951.
Fabio Silvestre Cardoso

É jornalista e doutor em América Latina pela Universidade de S.Paulo. Autor de Capanema (Record, 2019)

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