Nascida na França, de mãe brasileira, Clara Chotil é arquiteta e artista plástica. Depois de se iniciar nas artes plásticas, mergulhou por alguns anos no mundo das arquiteturas infláveis e se reconectou com o pincel por meio dos quadrinhos e do teatro, desenhando histórias ao vivo ao lado do coletivo de teatro documental F-71. Em Ópera negra, ela resgata a fascinante história de Maria d’Apparecida, uma estrela que o Brasil esqueceu. Filha de uma empregada doméstica, órfã aos oito anos de idade, trabalhou como professora e fez sucesso como locutora de rádio. Estudou canto lÃrico, mas foi barrada no Theatro Municipal do Rio de Janeiro por ser negra. Então, foi para a França, onde fez uma carreira brilhante e se tornou cantora do Opera de Paris. Musa do movimento surrealista francês, de pintores e de escritores, Maria d’Apparecida é uma personagem que ilustra temas como o exÃlio, a libertação feminina, a luta pela emancipação racial, a solidão na velhice e a fragilidade da glória.