Seca doçura

A importância de "O quinze", publicado por Rachel de Queiroz em 1930, na construção da literatura brasileira
Rachel de Queiroz por Osvalter
01/12/2008

Foi um ano emblemático. 1930. O assassinato de João Pessoa, presidente da Paraíba, em uma confeitaria do centro do Recife desencadeia a reviravolta política que resulta numa revolução real e todas as suas conseqüências. Estado Novo, perseguições à direita e à esquerda, trabalhismo, fechamento do Congresso, um período de intensas contradições que se prolongaria por quinze anos, até 1945.

Esse tempo de tensões também estava predestinado a consolidar uma arte mais brasileira – sugando o espírito Modernista — e bem mais reflexiva — bebendo no caldo político e nos estudos sociais de então.

A renovação estética nasceu no Nordeste trazendo tiros e misérias ficcionais. Polêmico, como todo movimento na direção do novo, o Romance de 30, no entanto, não se implantava apenas com o sabor da denúncia. Ele impulsionou uma visão mais comprometida com a nossa realidade. Foi o tiro de misericórdia nas musas etéreas de simbolistas e parnasianos. Esses movimentos tiveram sua importância e foram fundamentais na consolidação de nossa cultura literária, mas há a verdade de uma geração que nasce sempre para negar sua antecessora. E os romancistas de 30 chegaram negando não só simbolistas e parnasianos, mas também modernistas, já que falavam de um Brasil que estava muito além do alegórico.

O começo de tudo se dá na Paraíba, quando José Américo de Almeida, secretário estadual do Interior e Justiça do então governo do presidente João Pessoa, lança em 1928, pela Imprensa Oficial, o romance A bagaceira. Em sua esteira nasceu a estética que buscava no duelo entre miséria e opulência o mote preciso para chegar à crítica social. Esse discurso com fortes cores políticas vinha escudado pela literatura socialista, mas injustamente foi apelidado até por alguns de seus mais diletos representantes, como Jorge Amado, de romance proletário.

Também por ter seus mais significativos representantes no Nordeste, o Romance de 30 ficou marcado como uma literatura regional, mais que isso, nordestina. Tal preceito não passa de uma grosseira negação de figuras primordiais daquela corrente literária, como Marques Rebelo. Sua estréia se dá em 1931 com Oscarina, um romance em que anuncia sua filiação à crítica de costumes já praticada por Machado de Assis e Lima Barreto, só que renovada por uma linguagem popular e abrasileirada. Em 1935, com o romance Marafa, define sua personalidade literária e traz em definitivo o ambiente carioca para o Romance de 30. Também em 35 nos chega Erico Verissimo e seu Caminhos cruzados, um doído passeio urbano premido pelas injustiças e marcado por uma linguagem peculiarmente gaúcha, não gauchesca. É possível tirar Lúcio Cardoso desse barco? Ele estréia em 1934 com Maleita, romance impregnado dos sentimentos rurais de então, mas já no ano seguinte, com outro romance, Salgueiro, traz sua literatura para o urbanismo das favelas do Rio de Janeiro. Para estender ainda mais o caráter nacional do Romance de 30 surge em 1940 o romance Chove nos campos de Cachoeira, de Dalcídio Jurandir, dizendo que todo este sentimento de renovação estética também explode nos espaços amazônicos.

Caráter nacional
Trocando em miúdos, o Romance de 30 teve um caráter verdadeiramente nacional, sobrepujou em muito o espaço nordestino, pois já naquele momento havia se espalhado por todo o país duas de suas mais sólidas características: primeiro, a forte crítica contra os desmandos de uma elite escudada no poder da terra e do mando político e econômico e, segundo, a utilização daquilo que José Américo de Almeida chamou de língua nacional. E foi ele mesmo que ensinou o caminho das pedras. “A língua nacional tem rr e ss finais… Deve ser utilizada sem os plebeísmos que lhe afeiam a formação. Brasileirismo não é corruptela nem solecismo. A plebe fala errado; mas escrever é disciplinar e construir…” (A bagaceira, pág. 2)

Voltando ao ponto de partida, o segundo momento dessa construção estética se dá mesmo em 1930. No Ceará, uma moça de apenas 19 anos, é obrigada a deixar Fortaleza e se enfurnar no sertão de Quixadá para curar uma congestão pulmonar com forte suspeita de tuberculose, até então o mal do século. Nas noites solitárias da fazenda, sob a luz miúda de um lampião, a moça escreve a lápis um romance que viria a se tornar um marco literário. O quinze foi impresso numa pequena tiragem de mil exemplares, ainda naquele ano, pelo Estabelecimento Graphico Urânia e pago com dinheiro emprestado por seu pai, Daniel de Queiroz.

O livro modesto, de poucas páginas, não empolgou a crítica local, mas teve excelente repercussão nacional. Do Rio de Janeiro, Augusto Frederico Schmidt e, de São Paulo, Mário de Andrade se deitaram de elogios capazes de fazer da jovem Rachel de Queiroz um fenômeno literário.

A verdade é que tudo isso é verdade, mas, oitenta anos depois dos fastos, o tempo já oferece suporte para olhá-los com maior segurança.

Elementos novos
O romance da moça chamada Rachel de Queiroz trazia realmente elementos novos para nossa ficção e quebrava o paradigma reinante, de um realismo chocante, com cenas de crueldade explícita e um discurso edulcorado pelo sabor parnasiano de nosso bacharelismo. Em A bagaceira, José Américo conta de Ximane, um trabalhador que se vê obrigado a deixar o mocambo onde morava para dar lugar aos retirantes. E quando, à noite, volta para apanhar as mandiocas que havia plantado, é tratado como ladrão e, a mando do coronel, leva “trinta lamboradas”.

Este, digamos, “sotaque” de verdadeiro terror, não era novo. Já havia tomado até autores seminais como Manuel de Oliveira Paiva, Aluísio de Azevedo, Domingos Olimpio e mesmo Euclydes da Cunha, citado por Mário de Andrade num artigo de 1930 em que elogia o romance de Rachel de Queiroz.

Em O quinze o realismo não procura a repulsa, o vômito, mas a conscientização política e social. É como se alertasse: o drama existe, mata os viventes, mas deve ser encarado, com coragem.

Quem primeiro observa isso é o próprio Mário de Andrade. No artigo que publicou no Diário Nacional, em 14 de setembro de 1930, um domingo, expressa todo seu encanto com o novo revelado na retórica de Rachel.

Rachel de Queiroz com O quinze nos dá um modo novo de conceber a ficção sobre a seca, e esse modo novo me é especialmente grato porque na espera dele eu me vim do Nordeste no ano passado. (…) Mas depois que apalpei o Nordeste e uma apenas pequena e passageira seca, sem mortes nem misérias terríveis como conseqüência, mas com toda a sua ferocidade assustadora, o que me irritou um bocado foi os autores terem feito literatura sobre a seca. Isso me pareceu e continua parecendo… desumano. (…) Quase existe dentro de nós uma razão importantíssima e jamais expressa: Deixem a seca como está porque se o problema dela for resolvido, o brasileiro perde a mais bonita razão pros seus lamentos e digressões caritativas. (…) E a moça vir saindo com um livro humano, uma seca de verdade, sem exagero, sem sonoridade, uma seca seca, pura, detestável, medonha, em que o fantasma da morte e das maiores desgraças não voa mais que sobre a São Paulo dos desocupados. Rachel de Queiroz eleva a seca às suas proporções exatas. Nem mais, nem menos. É horroroso mas não é Miguel Anjo. É medonho mas não é Dante. É a seca. (Táxi e crônicas no Diário Nacional, págs. 251/2)

Esta surpresa diante da novidade não assustou e encantou apenas o escritor paulista. Graciliano Ramos conta que

O quinze caiu de repente ali por meados de 30 e fez nos espíritos estragos maiores que o romance de José Américo, por ser livro de mulher e, o que na verdade causava assombro, de mulher nova. Seria realmente de mulher? Não acreditei. Lido o volume e visto o retrato no jornal, balancei a cabeça: Não há ninguém com este nome. É pilheria. Uma garota assim fazer romance! Deve ser pseudônimo de sujeito barbado. (Linhas tortas, pág. 133)

Tudo se dava porque, politicamente, os leitores, e conseqüentemente os escritores, estavam impregnados com a revolta literária vinda sobretudo do realismo russo onde o maniqueísmo estava muito bem estipulado. O proletário era heróico e lutava por um mundo melhor, enquanto a burguesia se escudava no perverso e nada de bom tinha a oferecer. Em seu segundo romance, João Miguel, Rachel radicaliza a fuga desta fórmula ao escrever o assassinato de um trabalhador por outro trabalhador. O Partido Comunista, que tinha sua filiação política, exigiu que aquilo fosse mudado. Ela preferiu tocar outra fuga e rompeu definitivamente com o Partido.

O sentimento maniqueísta, no entanto, era tão forte que mesmo José Américo de Almeida, que não pode jamais ser lido como um filiado às teorias socialistas, trazia um bocado dessa talvez ingênua amargura. Seu coronel Dagoberto Marçau é o típico senhor de engenho que olha tudo a partir de seus interesses mais imediatos. Abriga os retirantes encantado com a beleza de Soledade. E não hesita em seduzi-la mesmo ciente do interesse do filho pela moça. Lúcio Marçau, por sua vez, é o moço que aprende as lições da justiça humana nos bancos da faculdade e, de posse do mando, procura elevar a condição dos bagaceiros através da educação. Pirunga, o coitado que foi adotado por Valentim Pedreira, o retirante, é o guardião de toda a cultura de honra e lealdade dos sertões, enquanto Soledade, que teve poder, pois seu pai, Valentim, era proprietário no sertão, mesmo na miséria, preserva a arrogância. Tudo muito em chapado, delimitado.

Paralelo
É praticamente impossível fugir do paralelo entre O quinze e A bagaceira, até porque é nesta linha que se mostra a força inaugural do primeiro. E o destaque primário se dá com relação à linguagem. Embora José Américo seja enfático na defesa de uma “língua nacional” e se utilize da intensa criatividade dessa forma de expressão — desde a primeira edição seu livro vem acompanhado de um necessário e útil glossário —, no todo, há um rebuscamento, uma grandiloqüência em sua retórica. Enquanto isso Rachel trabalha no chão, no terra-a-terra. Tem um discurso formal e até retórico, mas conserva a espontaneidade da fala coloquial. Um pouco mais que isso, preserva em seu texto a secura característica dos sertões construindo frases curtas, breves, precisas. De maneira mais clara, o coloquialismo que doma todo Romance de 30 — rendendo-se justas homenagens a Monteiro Lobato — nasce em Rachel. E medidas as devidas proporções, pode-se apostar que enquanto Guimarães Rosa se filia a José Américo, Graciliano Ramos bebe em Rachel.

Também se distingue bem a intenção básica de cada um dos autores. José Américo era um homem do brejo, de uma terra que via a seca chegar na miséria dos retirantes. E imprimiu em seu romance essa diferença. Há inclusive uma bem delineada troca de farpas entre os sertanejos e os brejeiros. Tudo isso descamba seu texto para um prenúncio de ensaio sociológico.

Rachel de Queiroz, por seu turno, viveu a plenitude do sertão. Assistiu, digamos, de ouvido à terrível seca de 1915 que está descrita em seu romance. Nascida em 17 de novembro 1910, tinha somente quatro anos quando se deu aqueles fatos, mas sempre contava das queixas que escutava em família, das descrições dos campos de concentração onde se arranchavam os retirantes em Fortaleza. Dessa memória e da própria vivência de sertaneja fez seu romance que, antes de qualquer sociologia, apenas descreve as dores com intensa vivacidade. E isso torna o livro uma visão real e realista do mundo até então encoberto pelas cortinas da literatice. Não reivindica qualquer pena ou mesmo solução, somente mostra uma face doída de um universo tão próximo.

Talvez Rachel não tenha feito qualquer reivindicação por intimamente saber que a solução estava na própria terra. O Ceará foi criado a partir da cultura do gado, uma cultura que exigia confiança mútua entre fazendeiros e vaqueiros. A distância, aí sim, sociológica que isso provoca em relação ao mundo da bagaceira se reflete no fato de ter sido o Ceará a primeira província a promover a abolição da escravatura. A própria Rachel reconhece isso na entrevista que deu ao Caderno de Literatura Brasileira.

Havia poucos negros no estado: não tínhamos ouro, nem cana-de-açúcar, nem café. No máximo tínhamos escravos para trabalhos domésticos. A relação era outra — no Ceará eles tinham suas casas, suas famílias, casavam na igreja.

Essa relação de parceria é que move Chico Bento, o retirante de O quinze. A dona da fazenda onde trabalhava, dona Maroca das Aroeiras, manda que ele solte o gado para que morra nos vazios da seca. Não quer ter mais prejuízo. Mesmo penalizado, Chico cumpre a ordem e segue a pé em direção a Fortaleza. Sabe que será o maior prejudicado de toda essa história, mas cumpre a ordem, pois assim determina seu código de honra.

É de um mundo de falências que fala Rachel. Chico, mesmo chegando a Fortaleza, ainda vive de incertezas. Deposita certa esperança no Acre. Mas também ali terá uma vida de privações sob o guante dos coronéis de barranco. Valentim, de A bagaceira, foi outro que pensou em ir para lá, mas desistiu. “O Acre é como o outro mundo: pode ser muito bom, mas quem vai não volta mais. E diz que dinheiro de borracha encurta enquanto ela estira.” Não foi do nada que Alberto Rangel, já em 1908, romanceou a terrível vida dos seringais em um texto que chamou de Inferno verde.

Chico termina indo mesmo para São Paulo. Rachel não diz, mas já se advinha o drama que continuará vivendo nas fazendas de café, afinal, anos depois, Patativa do Assaré contou o possível final dessa história: “Distante da terra, tão seca mas boa,/ Exposto à garoa,/ À lama e ao paú,/ Faz pena o nortista, tão forte, tão bravo,/ Vivê como escravo/ Nas terra do Su”.

A estréia da romancista Rachel de Queiroz se dá pejada de surpresas. O espanto de Graciliano Ramos não foi em vão. Até hoje é um desafio à imaginação pensar na mocinha cearense a escrever romance tão intenso. Mesmo quando se tornou público que a mocinha estava um tanto além do comum de suas colegas. Professora de formação, preferiu militar no jornalismo e já escrevera dois outros livros, uma reunião de poemas nunca editada e um folhetim, História de um nome, publicado no jornal O Ceará, em 1927.

Definitivamente não estamos diante de mais uma mocinha dos anos 30. E este espírito determinado se reflete em sua protagonista. Conceição, também professora, vive cercada de livros e choca a avó quando “dizia alegremente que nascera solteirona”. No entanto, sua relação com o primo Vicente, um estranho namoro irrealizado, demonstra que toda resistência de Conceição se dá pelo medo das amarras que os matrimônios de então exigiam. Ela tem até mesmo instinto maternal, mas opta pela liberdade de pensar e agir. E com isso mata a possível ponta de sentimentalidade do livro. Em O quinze, nem o amor se permite sonhar.

Galeria de mulheres
Conceição inaugura uma galeria de mulheres medonhas, determinadas, fortes. São mulheres presentes não só no sertão do Ceará, mas em toda história nordestina. Na região se criou, contradizendo Gilberto Freyre, um matriarcalismo subliminar. Os homens eram os senhores de baraço e cutelo, mas as mulheres tinham voz ativa, influíam nas decisões e, na ausência dos maridos, tomavam para si a força do mando. Daí a possibilidade de uma Maria Moura. Acuada ela reconstrói a vida de arma em punho e, sem disparar um tiro sequer, impõe suas determinações e vai buscar as terras que até o avô teve medo de ocupar. Essa fortaleza feminina — não feminista — está por toda obra de Rachel. “Minhas mulheres são danadas, não são? Talvez seja ressentimento do que não sou e gostaria de ser”, confessou ao Caderno de Literatura Brasileira.

Rachel de Queiroz disse também que gostaria muito de ser Maria Moura e viver no cangaço. A vida a levou para a luta diária com as palavras, a luta mais vã de que fala o poeta Carlos Drummond de Andrade. De O quinze (1930) a Memorial de Maria Moura (1992) escreveu uma obra marcada pela intensa realidade. Talvez tenha sido sempre uma cronista que, mesmo quando se levava pelo romance, buscava contar uma história rica e interessante.

Eu sou uma pessoa muito humilde. Eu não faço grande uso de mim mesma, e, portanto, da minha chamada “obra”. Mas numa coisa eu posso lhe garantir que estou tranqüila: percorra todo o meu trabalho, desde a adolescência, quando comecei a trabalhar em jornal e você nunca encontrará uma só palavra contra a liberdade, contra os direitos humanos, contra a igualdade racial. Quer dizer, minha folha de serviço não é brilhante, mas é limpa. (Caderno de Literatura Brasileira, pág. 36)

E foi essa pessoa simples que, na simplicidade, encontrou a sofisticação de uma obra plena de renovações e consciências.

Obras consultadas
Almeida, José Américo de. A Bagaceira. 22ª. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1985.

Andrade, Mário de. Táxi e Crônicas no Diário Nacional. Estabelecimento de texto, introdução e notas: Telê Porto Ancona Lopez. São Paulo: Duas Cidades / Secretaria da Cultura, Ciência e Tecnologia, 1976.

Assaré, Patativa do. Cante Lá que Eu Canto Cá Filosofia de um Trovador Nordestino. 3ª. ed. Petrópolis: Vozes, 1980.

Coutinho, Afrânio e Sousa, J. Galante de (Dir.) Enciclopédia de Literatura Brasileira. Volumes 1 e 2. Brasília: MEC / FAE, 1995.

Franceschi, Antonio Fernando De (coord). Caderno de Literatura Brasileira – Rachel de Queiroz. São Paulo: Instituto Moreira Salles, 1997.

Queiroz, Rachel de. Dora, Doralina. 9ª. ed. São Paulo: Siciliano, 1992.

Queiroz, Rachel de. João Miguel. 9ª. ed. São Paulo: Siciliano, 1992.

Queiroz, Rachel de. Memorial de Maria Moura. 19ª. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2007.

Queiroz, Rachel de. O Quinze. 85ª. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2008.

Ramos, Graciliano. Linhas Tortas. 14ª. ed. Rio de Janeiro: Record, 1989.

Rangel, Alberto. Inferno Verde – Cenas e Cenários do Amazonas. 6ª. ed. Manaus: Valer, 2008.

O quinze
Fac-símile do manuscrito

Rachel de Queiroz
Edições do Senado
A bagaceira
José Américo de Almeida
José Olympio
294 págs.
Maurício Melo Junior

É jornalista e escritor.

Rascunho