Considerado um clássico da literatura infantojuvenil sul-americana, Contos da selva foi publicado pela primeira vez na Argentina em 1918 e reúne oito contos escritos pelo uruguaio Horacio Quiroga. Cada texto narra a história empolgante de um animal, ou grupo de animais, e suas aventuras nas matas da província argentina de Misiones.
A nova edição da obra no Brasil, lançada pela FTD Educação, destaca a beleza e os mistérios da mata sul-americana nas ilustrações de Anabella López, artista argentina radicada no Brasil. O texto também recebeu nova tradução, pelas mãos do também argentino Sérgio Molina, que vive no Brasil desde os 10 anos e é especialista no trabalho com clássicos da língua espanhola. Sua tradução de Dom Quixote, de Miguel de Cervantes, foi reconhecida com o prêmio Jabuti em 2004. A edição ainda traz um posfácio do escritor e doutor em Letras Gustavo Melo Czekster
Numa época em que exploradores usavam animais mortos como troféus, o autor Horacio Quiroga apresentou uma visão sensível da relação entre o ser humano e a dita vida selvagem, em que a caça e o conflito são equilibrados pela gratidão e pela amizade.
O amor de Quiroga pela flora e fauna sul-americanas está presente em todas as histórias do livro, elaboradas com a maestria de um dos grandes escritores da América Latina. Animais como flamingos, quatis, jacarés e abelhas têm atitudes que espelham as humanas, ora agressivas e violentas, ora gentis e solidárias.
Horacio Silvestre Quiroga Forteza nasceu na cidade de Salto, no Uruguai, em 1878, porém passou a maior parte de sua vida na região de Misiones, na Argentina. É lá, próximo à fronteira com o Paraguai, que se passam os Contos da selva. Quiroga teve uma vida atribulada e sofrida: seu pai, sua esposa e um grande amigo morreram de maneira trágica.
Os contos que escreveu para adultos geralmente exploram acontecimentos fantásticos e macabros, com inspiração em Edgar Allan Poe e Guy de Maupassant. Ele publicou 15 livros, sobretudo coletâneas de contos. Sua obra mais famosa é Contos de amor, de loucura e de morte (1917), que contém o aclamado conto “A galinha degolada”. Quiroga morreu em 1937, na Argentina.