No livro de contos O som do tapa, lanƧado pela PatuĆ”, Carla Guerson explora as consequĆŖncias da violĆŖncia cotidiana, mesmo quando nĆ£o Ć© explĆcita, na vida das mulheres. A obra, que marca a estreia da autora capixaba, tem apresentaĆ§Ć£o assinada pela escritora Aline Bei.
As narrativas, que nĆ£o deixam de lado as formas subjetivas de agressĆ£o, tratam de temas como sobrecarga feminina, conflitos familiares, estupro, relacionamentos abusivos e solidĆ£o. āQuis retratar como a violĆŖncia, mesmo que nĆ£o sentida na pele, nos afetaā, explica Carla. āComo o som de um tapa: que reverbera e pode ser escutado (e sentido) mesmo por quem nĆ£o foi pessoalmente atingido.ā
De acordo com Aline Bei, o conjunto se destaca por carregar āa poesia que hĆ” nos desenganosā. āO fato, caros leitores, Ć© que estamos diante de uma Escritora que conhece os desvĆ£os da alma humana. Ć por isso que dĆ³iā, escreve a autora de Pequena coreografia do adeus (2021) e O peso do pĆ”ssaro morto (2017).
Carla Guerson nasceu em VitĆ³ria, no EspĆrito Santo, em 1982. Formada em Direito, estreou em livro apĆ³s publicar narrativas em diferentes veĆculos. Sua obra de estreia, O som do tapa, tem influĆŖncia direta da prosa de Elena Ferrante e acena para vĆ”rias escritoras nacionais, como a colunista do Rascunho Carola Saavedra e a gaĆŗcha Veronica Stigger.