Autor de mais de 15 obras, Edney Silvestre vai lançar sua candidatura à Academia Brasileira de Letras (ABL) nas próximas semanas. Atualmente, há quatro vagas abertas na instituição. Fernanda Montenegro e Gilberto Gil são alguns dos nomes que devem ser eleitos.
Aos 71 anos, Edney lançou recentemente o romance histórico Amores improváveis, em muito inspirado na trajetória da avó, lavadeira que aprendeu a ler aos 80 anos, e do pai, dono de armazém no interior.
Ligado a projetos de alfabetização de adultos e idosos, ele espera que, caso seja eleito, possa ter o apoio da ABL nessa causa. “Nunca me passou pela cabeça estar entre os intelectuais da ABL, mas vejo nessa candidatura a oportunidade de alavancar uma coisa importante, que é viabilizar o acesso à leitura a gente que não teve oportunidade. E a Academia pode ajudar, já que é defensora da língua portuguesa”, diz.
Edney também pensa em criar grupos de pessoas “com interesse social”, que possam ajudar na missão de alfabetizar o maior número de pessoas, criando uma rede de ajuda mútua em que os alfabetizados se tornam “facilitadores” que possam eles mesmos replicar o que aprenderam.
“É uma grande ambição para o neto de uma lavadeira e filho de um pequeno comerciante”, diz. “Joe Biden, em sua posse, disse uma frase que passou meio batida, mas que acho inspiradora. Ele disse: ‘Em que momento perdemos a alma do nosso país?’ É isso, podemos transformar nosso país.”
Além de escritor, Edney Silvestre é um experiente jornalista. Foi correspondente do jornal O Globo e da TV Globo em Nova York. Autor dos livros Dias de cachorro louco, Outros tempos e A felicidade é fácil, estreou na ficção com o romance Se eu fechar os olhos agora, vencedor do Jabuti de Melhor Romance e do Prêmio São Paulo de Literatura.