(06/12/20)
Publicado originalmente em 1922, o livro Feitiços [Charmes], do francês Paul Valéry, ganha uma versão em português pela Iluminuras, com tradução de Roberto Zular e Álvaro Faleiros. Após a experiência radical do livro A jovem parca, Valéry, em Feitiços, trafega entre diversas possibilidades poéticas que produziriam obras-primas como O cemitério marinho, um dos mais famosos poemas do século 20, e outros tantos como Esboço de serpente, A Pítia, Fragmentos do narciso, Os passos.
Muitos desses poemas já haviam sido traduzidos isoladamente, mas agora reunidos dão uma visão de conjunto da estratégia antimoderna de Valéry. O livro apresenta também uma infinidade de questões caras ao autor: da guerra à cosmologia, da linguagem à política, da vida sensível ao pensamento abstrato.
Paul Valéry foi um dos mais importantes escritores franceses do século 20. Poeta amplamente reconhecido, fez da poesia um microcosmo que lhe permitiu entrecruzar os mais diversos campos do saber (poética, linguística, psicologia, política, física, biologia) e os mais variados meios de escrita (poemas, ensaios, traduções, peças, diálogos).