Cartas #abril_16

A opinião, comentários e sugestões dos nossos fiéis leitores
Arte da capa: Theo Szczepanski
30/04/2016

Pasche x Rezende
Depois de ler a sua Resposta de Renato Rezende a Marcos Pasche, publicada na edição número 189 (janeiro de 2016) do Rascunho, cogitei, inicialmente, ler o livro do Sr. Renato Rezende, Poesia brasileira contemporânea – crítica e política (Rio de Janeiro: Azougue Editorial, 2014) para confrontar as ideias ali contidas com as afirmações do professor da UFFRJ e crítico literário carioca, Marcos Pasche, publicadas na edição número 186 (outubro de 2015), sob o título: Dispersa retórica: Renato Rezende se propõe a dizer algumas coisas sobre crítica, política e poesia, mas não diz quase nada. No entanto, desisti da empreitada tão logo deparei-me com a “persuasiva” argumentação do Sr. Rezende, dirigida não ao texto do Sr. Pasche mas, antes, ao próprio crítico: “Lambe-cu de críticos menores (sic)”, “Pasche, entre arrogante e burro (sic)”, “Candidato a crítico literário (sic)”. Ainda mais, também fui dissuadido da leitura pelo fato de que — excetuando-se os bobos e vaidosos elogios que o Sr. Rezende tece ao seu próprio livro (“Provocativo, o livro é um convite ao pensamento”, “É uma contribuição genuína e propositiva”) —, o que resta da sua resposta é, eminentemente, insulto e raiva, sintomas evidentes de um ego apequenado, não havendo qualquer argumentação convincente que sobrepuje a análise crítica do Sr. Pasche.
Daniel Mazza Matos • Fortaleza – CE

Uma perda, um livro
Gostaria de registrar a perda imensurável da poeta maior da Bahia, Myriam Fraga. Acabei de reler a entrevista que ela me cedeu para o Rascunho, edição 161, de agosto de 2013, a qual ela tanto gostou. Na edição de fevereiro, gostei imensamente da resenha de Rafael Rodrigues, O conforto no infortúnio, sobre o romance Stoner, de John Williams, a tal ponto que comprei o livro no mesmo dia e fiz uma leitura que me trouxe exatamente o que o texto de Rodrigues apontou.
Gerana Damulakis • Salvador – BA

Dois príncipes
No ensaio de Carolina Vigna, Nós, os pequenos [edição 187], ela traça um paralelo entre a obra O pequeno príncipe, de Saint-Exupéry e O príncipe, de Maquiavel. “Apesar dos mais de 400 anos que os separam, estes autores são muito próximos. Ambos se dedicaram a escritos sobre guerras e estratégias militares, ambos com profunda influência religiosa de seus tempos e ambos gostam de se expressar por arquétipos e metáforas. Além disso, os dois príncipes foram escritos durante exílios políticos. Maquiavel relata, em capítulos, os diferentes principados e suas características (e consequências), Saint-Exupéry relata, em planetas, os diferentes reinados e suas características (e consequências).” João Cezar de Castro Rocha, em seu livro Machado de Assis: por uma poética da emulação (Civilização Brasileira), no capítulo 5, página 275: “…ler é escrever com os olhos; escrever atualiza a memória póstuma de leituras prévias. A organização inovadora de elementos preexistentes revela-se mais produtiva do que a ânsia pela criação de elementos novos, esclarecendo a centralidade da inventio na poética da emulação”.
Fátima Soares Rodrigues • Belo Horizonte – MG

Rascunho

Rascunho foi fundado em 8 de abril de 2000. Nacionalmente reconhecido pela qualidade de seu conteúdo, é distribuído em edições mensais para todo o Brasil e exterior. Publica ensaios, resenhas, entrevistas, textos de ficção (contos, poemas, crônicas e trechos de romances), ilustrações e HQs.

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